Evolução de Carreira – Por Onde Seguir?



A Mafalda é Learning & Career Manager na Affinity. Formada…
A geração Millennials é conhecida por ser impaciente e ambiciosa, procurando resultados num curto prazo. Somos também cada vez mais incentivados e pressionados pelo mercado e pela sociedade, a atingir funções de topo, para sermos reconhecidos como bem-sucedidos. Neste contexto, algumas questões se levantam, tais como: Qual é o caminho para chegar a uma posição de topo? Onde encontrar estas oportunidades? Tenho perfil para desempenhar estas funções? Ou até mesmo, quero chegar a uma posição de topo?
“A chave estará em tirar partido daquilo em que somos bons e trabalharmos todos os dias para evoluirmos e sermos cada vez melhores no que fazemos!”
Frequentemente e, erradamente, o sucesso profissional é diretamente associado a funções executivas de direcção e coordenação. Mas os profissionais têm personalidades diferentes, motivações e gostos diferentes e, como tal, nem todos podemos e queremos assumir este tipo de funções. Muitos profissionais sentem que apenas serão bem-sucedidos se atingirem uma posição como team leaders, ou como gestores de projectos e que este é o único caminho a seguir após 3 ou 4 anos de funções num nível operacional. Sentem um bloqueio, porque até nem querem muito ter uma função e responsabilidades de gestão, mas sentem-se pressionados por pensarem que apenas nestas posições poderão ser bem sucedidos e reconhecidos no mercado.
É importante ter em consideração que uma organização, ou uma equipa, para atingir o sucesso, tem que ser um grupo heterogéneo em competências. Não podemos ser todos gestores, caso contrário as organizações tinham muitos gestores, mas ninguém para gerir e executar. Precisamos de alguém que lidere, mas também precisamos de que planeie, organize, que tenha uma boa capacidade de análise, alguém que quebra o gelo em situações de stress, alguém que questione. Ninguém tem todas as suas competências desenvolvidas, todo o ser humano é melhor numas coisas, do que noutras. A chave estará em tirar partido daquilo em que somos bons e trabalharmos todos os dias para evoluirmos e sermos cada vez melhores no que fazemos!
“Ao tomar uma posição de gestão por pressão externa e não vontade interna o profissional poderá estar a caminhar no sentido inverso da sua satisfação e sucesso profissional.”
Há uns anos, quando fazia recrutamento, um programador disse-me em entrevista que aquilo que mais gostava era fazer manutenção corretiva porque adorava procurar erros. Para muitos programadores, esta é uma tarefa aborrecida, mas esta é também uma tarefa de extrema responsabilidade necessária na maioria dos projetos. Se um profissional for muito bom a identificar e corrigir erros, poderá sim ser um profissional de sucesso e contribuir para o sucesso da sua equipa.
Ao longo do meu percurso profissional, já me cruzei com várias pessoas que me dizem que o próximo passo na carreira será uma função de gestão de projecto, mas quando lhes pergunto “é isso que te motiva?”, alguns respondem que não, mas que também não conhecem outro caminho. Isto é limitar a nossa evolução profissional e de carreira. Alguém que goste muito da componente técnica, não é obrigado a abandonar aquilo que gosta para assumir, por exemplo uma função de Team Leader, quando até nem tem muita paciência, vocação e interesse para gerir conflitos e motivar equipas. Esta sim é uma decisão errada, pois à partida, se vou fazer algo com o qual não me identifico, não o farei com a paixão, entusiasmo, e motivação necessárias. Como é que, um gestor de uma equipa, motiva as suas pessoas, se ele próprio não está motivado? Ao tomar uma posição de gestão por pressão externa e não vontade interna o profissional poderá estar a caminhar no sentido inverso da sua satisfação e sucesso profissional. Um programador pode ser programador 10, 20 ou 30 anos, se é isto que o motiva. Ser um bom profissional depende da atitude de cada um. Tudo depende se se mantém informado, se procura a inovação, se trabalha diariamente para melhorar a sua eficiência, se investiga e trabalha com tecnologias de ponta, se está sempre um passo à frente da última versão das tecnologias e qual vai ser a sua aplicação e evolução no futuro, etc… Este programador, poderá ser um profissional de sucesso, tal como um gestor de projecto, um helpdesk, um administrador de sistemas, um analista funcional, ou um Team Leader.
Na evolução de carreira, não existe um caminho certo, nem errado. São importantes sim as decisões que nos fazem sentir realizados com o que fazemos e isto sim, é um aspecto fundamental para sermos bons profissionais, sem nunca esquecer que, não há sucesso se não houver esforço, paixão e dedicação. Acredito que existe um papel para todos no mercado de trabalho e todos podemos ser bons profissionais, tudo depende de nós.
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A Mafalda é Learning & Career Manager na Affinity. Formada em Gestão de Recursos Humanos, a Mafalda trabalha no sector das TI desde 2012 e aproveita todo o seu tempo livre para passar momentos de qualidade com os seus seres preferidos: a sua família, amigos e o seu gatinho Leo!