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12 conselhos para lançar e gerir um negócio de sucesso em 2022

12 conselhos para lançar e gerir um negócio de sucesso em 2022

12 conselhos para lançar e gerir um negócio de sucesso em 2022

Fundei a AFFINITY, consultora na área das tecnologias de informação, no ano de 2012, e lidero a empresa desde então. Às portas de atingir um ciclo de 10 anos de crescimento ininterrupto, quero aproveitar este timing único, para partilhar alguns dos maiores ensinamentos que tenho recolhido e que considero úteis para todos aqueles que ambicionam lançar o seu negócio, a sua startup, o seu projecto empresarial já em 2022!

É altura de deixar esse projecto sair da gaveta e lançá-lo ao mundo e para isso, aqui vão 12 das melhores aprendizagens que tenho para transmitir!

  1. Empresa grande versus empresa pequena? Constatei em todos estes anos que gerir uma empresa grande ou pequena, é em bom rigor muito parecido, é só uma questão de escala e de dimensão da estrutura. Os princípios de gestão da empresa, os princípios de liderança de equipas e pessoas são muito parecidos. Creio que deve haver uma introspecção muito pessoal, para perceber de antemão que perfil de empresa quero desenvolver.
  2. Ter uma missão e visão claras. Quando se ambiciona ser rico, ser proprietário de uma empresa de sucesso, parece o caminho mais directo para lá chegar. Contudo, este será também o mais arriscado olhando para as estatísticas de sucesso de projectos empresariais em Portugal e no mundo. Criar, desenvolver e fazer crescer uma empresa é um exercício muito complexo, pelo que, se esse for o principal motivo, poderá ter sérias desilusões pelo caminho. Além de que, quem quer trabalhar com alguém cujo objectivo #1 é amealhar dinheiro? Acredito convitamente que deve haver algo mais, algo virado para o mundo, uma missão mais holística, para efectivamente maximizar as hipóteses de sucesso do projeto.
  3. Contrate talento para ganhar medalhas: A meu ver um dos principais factores críticos de sucesso é a capacidade de atrair talento de topo, pessoas com forte potencial, alinhadas com a visão da empresa e do mundo, com os valores que acreditamos e queremos transmitir. Para chegar a essas pessoas vai cometer alguns (muitos) erros, num loop contínuo de tentativa-erro, na contratação de novos colaboradores. Algumas decisões difíceis terão de ser tomadas, devemos estar preparados para prescindir de alguns profissionais e ter em conta que outros sairão pelo seu próprio pé. Não se esqueça que os melhores quererão sempre trabalhar com os melhores.
  4. Monitorização constante da liquidez. Uma esmagadora maioria de empresas não passa dos 7/8 anos de vida (é verdade!) devido à má gestão da liquidez (caixa) da empresa. Garantir que a caixa cresça mensalmente, anualmente, é imprescindível para criar um negócio duradouro e de sucesso.
  5. Centrar-se no seu core business: Os anos vão passando e a vontade de fazer coisas diferentes, é muito grande. A longo prazo, atrevo-me a dizer que acaba por não fazer nada bem, além de aniquilar a sua caixa pelo meio. O mundo caminha cada vez mais para uma tendência de especialização ao nível do que os países, empresas ou pessoas sabem fazer muito bem. O meu concelho aqui é focar-se em ser o melhor na sua área de actuação principal e apostar em muita inovação contínua, criando círculos de valor à volta da sua oferta principal.
  6. Disciplina financeira férrea: O controle financeiro deve ser um hábito de gestão diário quer a empresa seja pequena ou grande, quer tenha margens reduzidas ou enormes. É um erro não manter o controle de custos apertado em anos bons, pois pode ter certeza que se seguirão mais tarde ou mais cedo, anos menos bons. Uma empresa, tal como um ser humano passa por vários ciclos, e temos que ser moderados nos anos extraordinários, e ser optimistas nos anos menos bons. O mais importante é o progresso colectivo no longo prazo (>> 10/20 anos).
  7. Equipa de gestão: uma equipa de alto rendimento. Muito do que a empresa será no futuro está diretamente indexado à qualidade da sua equipa de gestão (Board ou Comité de Gestão), quem opera na verdade a empresa no dia à dia, quem toma as dezenas e dezenas de decisões diárias. Esta equipa é um elemento fulcral na orgânica da empresa, pelo que nunca descanse até ter atletas para ganhar medalhas de ouro.
  8. Empresa meritocrática versus autocrática: Construa uma empresa meritocrática onde o talento é valorizado e o crescimento das pessoas acontece em simultâneo com o crescimento da empresa. A meu ver procurar preencher funções seniores ou funções chaves da empresa fora dela é um mau princípio de gestão, podendo ser até um sinal de que algo correu mal na gestão de pessoas no passado.
  9. Pense global e a longo prazo. Se ambicionar criar um negócio com N grande, e no longo prazo, deve desde o dia 1 pensá-lo global. Portugal é um país muito pequeno e rapidamente vai estagnar se se limitar a este nosso rectângulo à beira mar. Desenhe toda a sua estratégia e contrate as pessoas certas para competir a nível global. Estará ao abrigo das crises cíclicas locais, terá uma capacidade de escala muito superior, e desenvolverá relações pessoais e profissionais multiculturais muito gratificantes. Escusado será dizer que, neste contexto, o inglês deve ser mandatório na contratação de profissionais.
  10. Design da empresa. Uma empresa é como um corpo orgânico. Está constantemente a transformar-se de forma subtil. Umas partes funcionam muito bem, outras precisam de alguma manutenção, e outras deixam simplesmente de funcionar. Como gestor da empresa, é sua responsabilidade garantir que possui o melhor design de empresa (pessoas processos e tecnologia) face à sua missão, bem como a sua estratégia, presente e futura.
  11. Resiliência. Os níveis de resiliência do líder reflectem-se na sua primeira equipa que por sua vez se propaga a toda a estrutura de gestão. Na economia actual cada vez mais digital, com o trabalho remoto sendo cada vez mais a norma, com muita volatilidade de clientes e recursos qualificados, desenhar e desenvolver uma organização resiliente determina a fronteira ténue, entre o sucesso e o fracasso.
  12. Divirta-se! À medida que um negócio vai crescendo e ocupando o seu lugar de sucesso, vamos também enfrentando as normais dificuldades e tensões que vão surgindo, temos uma tendência natural para nos tornarmos “mais sérios”, seja lá o que isso for. Não caia nesse erro. A beleza do crescimento de um projecto pequeno ou grande está na caminhada, pelo que é importante parar regularmente e olhar para trás com a satisfação pessoal das metas alcançadas. E melhor ainda, partilhar esses momentos com os seus.

Antecipando já a próxima década da AFFINITY, sobre o meu comando ou não, posso adiantar desde já que esta estará focada no negócio e no sourcing de talento internacional, no aumento da densidade de talento interno, na melhoria da vida meritocrática dos nossos colaboradores, no desenvolvimento de novas lideranças e na partilha do seu saber e riqueza, com a sociedade e o mercado global.

Se quiser aprofundar ainda mais estes e outros ensinamentos, aconselho fortemente a leitura do meu livro para novos (ou não tão novos) empreendedores “CEO – Manual de Sobrevivência”, lançado pela Cultura Editora em 2020.

Desejo a todos um ano de 2022, inundado de saúde, crescimento e sabedoria.

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