Tendências em serviços de IT Nearshore na agenda dos decisores em 2022
O Carlos é o Founder e CEO da Affinity. Formado…
À medida que avançamos mais uma década de progressos no sector das tecnologias e atendendo ao futuro plano de recuperação e resiliência que vai injectar mais de 15.000 milhões de euros no tecido empresarial português em projectos ligados à economia verde e à transformação digital, torna-se importante perceber quais as tendências em serviços de IT Nearshore na agenda dos decisores em 2022 de forma a que nos possamos preparar para elas.
Portugal tem todas as condições para se tornar numa potência importante em IT e no desenvolvimento de software em modelo de nearshore. Com uma pool grande de talento tecnológico e experiência em desenvolvimento de software, altos níveis de proficiência em inglês, sistema socio-político estável, compatibilidade de fuso horário, distância de cerca de 2h de voo das principais capitais europeias, somando a uma forte afinidade cultural com o mercado europeu, Portugal pode, e deve, olhar para o Nearshore como um importante caminho de desenvolvimento económico.
No entanto, estas vantagens por si só, não ajudarão a indústria nacional ad eterno, pois o constante crescimento das tecnologias de última geração e a necessidade de oferecer sempre serviços de valor acrescentado ao cliente, juntando-se aos desafios inerentes à contratação, retenção e respectivo turnover, terão mais do que nunca efeito nas decisões de compra.
Desta forma, é importante uma reflexão, análise e preparação no sentido de corresponder proactivamente aos desenvolvimentos do mercado e expectativas dos clientes.
Na perspectiva do Cliente, destaco:
1. ALINHAMENTO CULTURAL
Com clientes e fornecedores a trabalhar juntos com equipas totalmente distribuídas – fenómeno ainda mais acentuado nestes novos tempos – as empresas e equipas precisam de prestar uma atenção redobrada à sua cultura. As empresas que decidirem externalizar os serviços de software com uma empresa de serviços de nearshore como a Affinity, por exemplo, esperam um certo grau de entendimento, alinhamento cultural, onde podem ser contidas questões com maior ou menor dimensão, peso e importância de cliente para cliente mas que devem ser tidos em conta nas interações mais subtis até às mais preponderantes da relação.
A Affinity desenvolverá um webinar particularmente interessante sobre esta temática no próximo dia 21 de Setembro no qual contará com a participação da AICEP e da Evident aprofundando prespectivas de sector, de cliente e de equipa.
2. FOCO NA INOVAÇÃO
A criação de soluções digitais e o desenvolvimento de novas tecnologias são práticas comuns nos processos de transformação digital. No entanto, um aspecto interessante ainda escapa a algumas empresas: como promover uma cultura de inovação.
A inovação deve ser maximizada em toda a organização, de cima para baixo. Precisa de líderes que possam fomentar uma cultura de inovação, permitindo que as suas equipas trabalhem e experimentem livremente novas tecnologias, modelos ou métodos por exemplo.
Embora possa parecer difícil “externalizar” ou “delegar” a inovação, quando se trabalha com uma empresa de desenvolvimento em nearshore, a inovação deve tornar-se uma extensão importante da parceria garantindo o espaço necessário ao desenvolvimento de projectos inovadores, aumentando a capacidade em novas metodologias, tecnologias ou modelos e liderando o crescimento nos próprios mercados.
3. TRAZER NOVAS TECNOLOGIAS PARA O SEU NEGÓCIO
A tecnologia nunca pára de se desenvolver transformando a forma como se fazem negócios, a forma como os clientes se relacionam com as empresas e a forma como a própria dinâmica das indústrias acontece. Neste sentido, é importante as empresas procurarem manter a abertura ao desenvolvimento tecnológico adoptando novas tecnologicas, adaptando e mantendo-se na vanguarda nos seus sectores.
Destaco algumas das tecnologias a potenciar, como AI & Machine Learning, Robótica, Big Data, Cloud, IoT, tecnologia 5G, blockchain ou Cybersegurança, estas ajudam diferentes tipos de negócios e devem ser exploradas e aplicadas de forma ajustada ao negócio.
4. MELHORAR A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
O foco na experiência do cliente não é um assunto novo, no entanto, noto uma tendência cada vez maior neste sentido e acredito que em 2022, o sucesso das empresas dependerá da garantia de uma experiência de qualidade aos seus clientes.
Este torna-se, por isso, um momento fulcral para as empresas olharem para os seus processos e iniciativas de acompanhamento a cliente, manter-se sempre em escuta activa das necessidades/ interesses/ valores/ caminho do cliente – seja em negócios B2B ou B2C – e procurar melhorar a sua experiência em todos os formatos/ plataformas/ aplicativos móveis ou web que usem.
Na perspectiva do fornecedor, destaco:
1. SEGURANÇA
A segurança é e deve ser uma prioridade para os fornecedores de serviços ligados à tecnologia. Um fornecedor deve compreender como os dados podem ser delicados para as empresas e como a importância da segurança de dados é outra das grande tendências a ter em atenção.
Quando se trata de externalizar serviços, ainda mais internacionalmente, os clientes preocupam se principalmente com a proteção dos seus dados. Portanto, as empresas de serviços nearshore devem demonstrar que podem combinar o estabelecimento de equipas internas de alta performance, à distância e com toda a segurança.
2. DESENVOLVIMENTO AGILE EM CLOUD
Os fornecedores de serviços nearshore irão investir consistentemente em soluções de desenvolvimento em Cloud à medida que se propagam modelos de trabalho com equipas geograficamente distribuídas, localmente ou internacionalmente. Uma equipa com três elementos em Lisboa, dois no Porto, um em Óbidos e 3 em São Paulo será a normalidade e as empresas devem estar preparadas para isso a todos os níveis.
O desenvolvimento da descentralização de equipas será uma tendência subjacente. As organizações estão a adoptar uma estratégia de múltiplas nuvens em grande medida, utilizando diferentes plataformas Cloud para reduzir despesas e melhorar a resiliência.
3. AUTOMAÇÃO
Com as empresas decididas a reduzir as suas despesas operacionais, a pandemia aumentou a automação em quase todos os sectores. Os fornecedores devem concentrar-se em tecnologias preditivas de IA, automação de processos para diminuir os esforços, robótica, capacidades de auto-atendimento da experiência do cliente e redução de trabalho de baixo valor acrescentado.
Uma vantagem da automação é libertar os colaboradores de trabalhos repetitivos transferindo-os para trabalhos mais desafiantes e de maior valor, ao mesmo tempo que aumentam as margens da empresa. De acordo com um estudo da Gartner, até 2024 as empresas vão reduzir as suas despesas operacionais em mais de 30%, integrando tecnologias de hiper-automação com procedimentos operacionais reestruturados.
4. SERVIÇOS DE CONSULTORIA MAIS FORTES
Acredito fortemente que todo o processo de desenvolvimento de software deve ser orientado para uma sempre maior performance. Sem uma abordagem qualitativa abrangente e orientada para a performance para todos – desde o desenvolvimento de código ao lançamento para ambientes de staging e monitorização -, a qualidade pode diminuir. Isso tem sérias repercursões nas aplicações entregues, e pode ter impacto na reputação bem como custos adicionais associados.
5. MELHORAR A EXPERIÊNCIA DO COLABORADOR
O sucesso das empresas fornecedoras de serviços IT nearshore dependerá da sua capacidade em montar e escalar equipas pequenas, medias ou de grande dimensão, distribuídas geograficamente, e possivelmente com diferentes fusos horários compatíveis.
Os desafios na contratação de talento e elevado turnover estão bem presentes. Estes deverão ser ultrapassados através da diversificação no recrutamento nacional e internacional, no acompanhamento e desenvolvimento de planos de carreiras one-to-one, qualidade, complexidade e diversidade dos seus projectos, criação de vinculo com a empresa, ações de alinhamento cultural fornecedor/cliente entre outros. Em suma, proporcionar experiências marcantes a cada colaborador independemente da sua equipa e projecto.
A indústria de desenvolvimento tecnológico em Portugal está a demonstrar um crescimento significativo e com muita qualidade ano após ano. O valor acrescentado através de projectos de nearshore permite que as organizações em fase inicial consigam suprir as necessidades de talento qualificado, nas fases de scale-up, tentativa e erro. Para organizações de maior porte, permite que se expandam rapidamente globalmente e cheguem, porque não, à liderança do seu sector.
Os fornecedores de serviços nearshore devem, garantir serviços de consultoria sólidos em todas as fases de um projeto sendo capazes de partilhar honestamente os seus conhecimentos com os seus clientes, prestando aconselhamento, treiná-los numa cultura de performance, e impulsionar toda a sua capacidade em engenharia de software.
De uma forma global, acredito que a tendência de 2022 em frente será a de que relações de IT nearshore se tornem uma parceria sob as qual fornecedores de serviços de desenvolvimento de software, apoiam as organizações suas clientes de um ponto de vista global, tecnologias, processos, pessoas e cultura. E não apenas fornecer uma funcionalidade como um mero serviço.
A Affinity assumirá sempre, essa visão procurando crescer com os seus clientes garantindo serviços e relações de qualidade.
Se quiser saber mais sobre as vantagens de uma empresa de tecnologias nearshore, este é o momento certo para começar!
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O Carlos é o Founder e CEO da Affinity. Formado em engenharia de computadores, passou por várias funções e experiências até concretizar o sonho de criar uma empresa de consultoria em IT assente na relação, nas pessoas e na affinidade. É com ambição e foco que o Carlos defende a sua posição no universo tech bem como no ténis de mesa!